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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

A LIBERAÇÃO DA MULHER


 Por Valdir Pereira
Hoje, sem muita inspiração, me ocorreu avaliar superficialmente o liberalismo moral que campeia a sociedade moderna.
Costumes rígidos que norteavam a minha geração, mais ou menos comportada, onde relações sexuais se consumavam geralmente nos casamentos, salvo algumas exceções. As molecadas jovens pouco namoravam ou aproveitavam a missa aos domingos para assédios fortuitos as meninas. Vez ou outra participavam de bailinhos, geralmente em casas de amigos, pois salões eram vistos como inadequados. As amizades com as meninas, praticamente não existiam. Nas escolas, nos colégios os gêneros estudavam separados, não se misturavam até nos recreios, não se falavam.
Dois clubes predominavam o clube do bolinha e o da luluzinha.  Homem com homem, mulher com mulher.
 Essa situação imposta pelos costumes, sofre radical mudança com o desenvolvimento social. O trabalho das mulheres nas fábricas. Depois em outras atividades econômicas aproximaram os gêneros e a liberação geral. Se antes nem votar podiam, os novos tempos possibilitaram a mulher ser votada.
A chamada liberação feminina  gerou novos costumes. As baladas servem para encontros fortuitos de sexo, sem qualquer compromisso. Sexo ao acaso, muitas vezes imprudentes, sem proteção. É a nova ordem que manda. É o liberou geral, chegando ao sexo em grupos.
Diante da atual situação me ocorreu citar pequenos trechos da ampla obra de Engels, baseada também nos estudos de Morgam que, pelos estudos que fez, muito contribuiu  na  confecção  do livro A origem da Família, da Propriedade e do Estado. Qualquer semelhança com a atualidade é mera coincidência.

A Família Sindiásmica

A família sindiásmica aparece no limite entre o estado selvagem e a barbárie, no mais das vezes
durante a fase superior do primeiro, apenas em certos lugares durante a fase inferior da segunda. É a forma de família característica da barbárie, como o matrimônio por grupos é a do estado selvagem e a monogamia é a da civilização. Para que a família sindiásmica evoluísse até chegar a uma monogamia estável, foram necessárias causas diversas daquelas cuja ação temos estudado até agora. Na família sindiásmica já o grupo havia ficado reduzido à sua última unidade, à sua molécula biotômica: um homem e uma mulher.
 Faltava apenas uma coisa: a instituição que não só assegurasse as novas riquezas individuais contra as tradições comunistas da constituição gentílica, que não só consagrasse a propriedade privada, antes tão pouco estimada, e fizesse dessa consagração santificadora o objetivo mais elevado da comunidade humana, mas também imprimisse o selo geral do reconhecimento da sociedade às novas formas de aquisição da propriedade, que se desenvolviam umas sobre as outras - a acumulação, portanto, cada vez mais acelerada, das riquezas -; uma instituição que, em uma palavra, não só perpetuasse a nascente divisão da sociedade em classes, mas também o direito de a classe possuidora explorar a não-possuidora e o domínio da primeira sobre a segunda.
             E essa instituição nasceu. Inventou-se o Estado

A GENS ENTRE OS CELTAS E ENTRE OS GERMANOS -
Aqui, vamos nos limitar a umas breves notas sobre a gens entre os celtas e os germanos.
As leis célticas mais antigas que chegaram até nossos dias mostra os a gens ainda em pleno vigor. Na Irlanda ainda sobrevive, na consciência popular, instintivamente, pois os ingleses a destruíram pela violência.
Na Escócia, em meados do século XVIII, estava em pleno florescimento; e só morreu por obra das leis, dos tribunais e das armas inglesas.

               A FORMAÇÃO DO ESTADO ENTRE OS GERMANOS- Se foram capazes de preservar - pelo menos nos três países mais importantes (na Alemanha, na Inglaterra e no norte da França) - uma parte do autêntico regime da gens, transplantando-o ao Estado feudal sob a forma de marcas, dando aos camponeses oprimidos, mesmo durante a mais cruel servidão medieval, uma coesão local e meios de resistência que não tiveram os escravos da antigüidade e não tem o proletariado moderno - a que se deve isso senão à sua barbárie, ao sistema exclusivamente bárbaro de colonização por gens ?
Tudo que era força e vitalidade, naquilo que os germanos infundiram no mundo romano, vinha da barbárie. De fato, só bárbaros poderiam rejuvenescer um mundo senil que padecia de uma civilização moribunda. E a fase superior da barbárie, à qual tinham chegado e na qual estavam vivendo os germanos, era precisamente a mais propícia à promoção deste processo. Isso explica tudo.
A FAMÍLIA MONOGÂMICA
 Nasce, conforme indicado acima, de forma sucinta, da família sindiásmica, no período de transição entre a fase média e a fase superior da barbárie. Seu triunfo definitivo é sintoma da civilização nascente. Baseia-se no predomínio do homem; sua finalidade expressa é a de procriar filhos cuja paternidade seja indiscutível; exigência para assegurar seus direitos de posse dos gens de seu pai.
Ao homem se concede o direito a infidelidade conjugal. Quanto a mulher, por acaso recorda os antigas práticas sexuais e intenta renová-las, é castigada mais rigorosamente do que em qualquer época anterior.
Entre os gregos, encontramos, com toda sua severidade, a nova forma de família. Enquanto a situação das deusas na mitologia, como assinala Marx, que nos fala de um período anterior em que as mulheres ocupavam uma posição mais livres e de maior consideração, nos tempos heróicos já vemos a mulher humilhada.
A existência da escravidão junto a monogamia, a presença de jovens e belas cativas que pertencem, de corpo e alma, ao homem, é o que imprime, desde a origem um caráter especifico á monogamia que é monogamia só para a mulher, e não para o homem. E na atualidade, conserva-se esse caráter.
Outra coisa mais diversa se passava entre os jônios, para os quais é característico o regime de Atenas.
As donzelas aprendiam apenas a fiar, tecer e coser, e quanto muito a ler e escrever. Eram praticamente cativas  e Sá lidavam com outras mulheres. Habitavam um aposento separado, situados no alto ou atrás da casa; os homens não entravam ali com facilidade. Aristófanes fala de cães molossos para espantar adúlteros e vigiar as mulheres, havia eunucos- os quais, desde os tempos de Heródoto, eram fabricados em Quios para serem comerciados e não serviam apenas aos bárbaros.
Apesar do rigor das regras, a infidelidade feminina acontecia virtualmente às escondidas do marido, como ocorre atualmente.
A alavanca que impulsionou o processo até os tempos contemporâneos, alem da divisão social do trabalho e criação do estado, deve-se a formatação do sistema monogâmico da aliança entre famílias, com o casamento, que assegura o direito a herança; a proteção da mulher e dos filhos.
Quanto à liberação do comportamento sexual da mulher, nos dias atuais, no meu entendimento, fatores diversos, entre os quais a poliandria, que vigeu no período de nossa história primitiva, parece ressurgir como um fenômeno contraditório que se aplicam as características do capitalismo, imoral e corrupto.
E, como sempre, o gênero masculino não encontra resistência aos seus apetites, motivados pelo alto grau de testosterona, encontra facilidades consentidas, em nome de uma pseudo- liberdade feminina.
O homem não fica grávido, engravida!


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