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sexta-feira, 1 de maio de 2015

O novo casamento PSB/PPS



Por Valdir Pereira - 01/05/2015- 17,27

Intuitivamente, enxergando a proximidade da Reforma Política, os partidos nanicos se movimentam a caça de parceria ou junção para assegurar sua permanência no cenário político nacional.
Partidos sem musculatura, ideologicamente indefinidos, tentam construir acordos de fusão em torno de pontos mínimos que conciliem suas posturas políticas ante o governo estabelecido,
O PSB, órfão de uma liderança política de respeito, como foi Eduardo Campos, tragicamente morto num acidente inesperado nas vesperas das eleições. Orfãos, de seu grande lider, com uma bancada reduzida no cenário da Câmara e do Senado, para flutuar buscam uma tábua de salvação.
Meio que perdidos, na tentativa de alçar voos mais altos numa aliança capenga e ilusória com Marina: rompe com o governo iludidos  em devaneios  inspirados num quadro político caótico, na miopia de suas visões políticas deformadas, enxergam na conjuntura política um campo fértil para alçar vôos   mais altos com a candidatura de Eduardo Campos; rompeu uma aliança histórica com o PT, colocando-se como alternativa política de centro esquerda para o país, sem um discurso contundente, todavia e sem uma vice confiável.
A tragédia sepultou os sonhos de poder. Sua sucessora, Marina Silva, ficou pelo caminho com os olhos e mentes voltados a um projeto político fracassado.
Oportunistas políticos de ultima hora, esvaziados e com um discurso vazio de conteúdo; como aves de rapina se somam ao projeto do PSB, entre eles o PPS, oferecendo seu apoio. O PSB aceitou por questões táticas essa aliança, conquistando mais uns minutos em seu horário eleitoral gratuito. Assim, de forma pegajosa, admite-se o PPS como parceiro.
Hoje, com o novo quadro político, onde escândalos de corrupção são investigados na operação lava-jato em que políticos de vários partidos estão envolvidos, inclusive o presidente da Câmara e do Senado, o temor é generalizado.
O financiamento privado tende a cair.  A Reforma política deve introduzir a clausula de barreira, extinguindo vários partidos que, diante do fato, buscam sua salvação fundindo-se com outros.
Neste panorama as fusões serão inevitáveis. Fusões haverão tendo como causa a sobrevivência, para uns. Outras haverão por similaridade política ou ideológica.
No caso da fusão PSB/PPS, se encontra uma grande dicotomia. Não há o mínimo de similaridades entre os dois partidos. O PPS, até ontem foi um partido caudatário do PSDB e do DEM, conjugando uma oposição raivosa ao governo e ao PT, defendendo inclusive o impeachment da presidenta, a qualquer custo.
O PSB, uma oposição mais moderada, rejeitando  a proposta do impeachment, sem que houvesse motivação pertinente ou um projeto político salvador.
Como sempre, Roberto Freire, com suas artimanhas, irá buscar guarida no PSDB. Desta vez, Alkymim, com melhor trânsito, governador eleito com bôa votação no reduto conservador paulista: será o homem da vez?
Pelo histórico de Roberto Freire, na política recente, sua ação política não é confiável. Tanto do ponto de vista político, como suspeição moral.
Em recente artigo de Sebastião Nery de 17 de setembro de 2013, denuncia a atitude ambígua do ex-lider comunista.
 Em 1970, enquanto as lideranças do partido eram presas e exterminadas pela ditadura militar, o  mais sanguinário dos ditadores General Médici, em pleno AI-5, nomeou procurador do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) o jovem advogado Roberto João Pereira Freire, de 28 anos.
Será que os comandantes do IV Exército e os generais Golbery (governo Castelo. Médici ), (governo Costa e Silva) e Fontoura (governo Médici, que chefiaram o SNI de 64 a 74), eram tão debilóides a ponto de nomearem procurador do INCRA, o órgão nacional encarregado de impedir a reforma agrária, exatamente um conhecido dirigente universitário comunista e aliado do heróico Francisco Julião nas revolucionárias Ligas Camponesas?
Não estou aqui levantando suspeita sobre ninguém. Somente a tese, de que um político inconstante e que nos últimos anos tem praticado a política suicida temerária da oposição, tenha mudado repentinamente e se dispor dialogar com o governo nas matérias de interesse nacional. Ou como é de seu costume, armar conspirações, ou tramar para implodir candidaturas que não são do agrado do PSDB e seus caciques.
Será que há tempo de remissão ou auto-critica, ou vai pendurar as gastas chuteiras?
Felicidades ao novo casamento.

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