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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Corrupção do metrô de São Paulo: Polícia Federal indiciou por corrupção passiva Andrea Matarazzo, ex-secretário de Alckmin, de Serra, de Covas, de Kassab, ex-ministro de FHC e vereador em São Paulo pelo PSDB


Matarazzo, sorrindo, entre os não menos sorridentes Alckmin e Serra


Vereador tucano Matarazzo é indiciado por corrupção passiva



A Polícia Federal indiciou o vereador de São Paulo Andrea Matarazzo (PSDB) por considerar que ele recebeu propina do grupo francês Alstom quando foi secretário estadual de Energia, em 1998.

A PF investigou negócios da Alstom com o governo de São Paulo entre 1995 e 2003, período em que o estado foi governado por sucessivas administrações tucanas – Mário Covas (1995-2001) e Geraldo Alckmin (2001-2006).

O trabalho da polícia se baseou em informações obtidas inicialmente pelo Ministério Público da Suíça. O inquérito foi concluído em agosto do ano passado e está desde então à espera de um parecer do Ministério Público Federal.

No relatório final do inquérito, o delegado Milton Fornazari Junior cita como evidência para indiciar Matarazzo uma troca de mensagens de 1997 em que executivos da Alstom discutiriam o pagamento de vantagens para o PSDB, a Secretaria de Energia e o Tribunal de Contas.

Embora seu nome não seja mencionado como destinatário de pagamentos, a polícia concluiu que ele foi um dos beneficiados por causa da posição que ocupava na época de um dos contratos da Alstom. Matarazzo foi secretário por oito meses em 1998.

A PF indiciou Matarazzo por suspeita de corrupção passiva. O procurador Rodrigo de Grandis, que está com o inquérito há um ano, disse à Folha que não poderia se pronunciar sobre o processo porque ele corre sob sigilo.

Segundo Fornazari, a mensagem que incriminaria Matarazzo se refere a um contrato de R$ 72 milhões para fornecimento de equipamentos para a EPTE, empresa que era controlada pelo Estado e que mais tarde foi privatizada.

Além de Andrea Matarazzo, a Polícia Federal também indiciou dois executivos da Alstom no Brasil e dois ex-dirigentes da EPTE que participaram das negociações do contrato, Eduardo José Bernini e Henrique Fingermann.

"Ainda que não haja provas de eles terem recebido valores em espécie, está devidamente comprovado nos autos que foram eles, em última instância, que possibilitaram o sucesso da implementação [do contrato]", afirma o relatório do delegado Fornazari.

Arquivamento da investigação

Por meio de nota, vereador tucano de São Paulo Andrea Matarazzo afirmou que nunca teve "conhecimento nem houve qualquer discussão" sobre o contrato no período em que foi secretário de Energia, entre janeiro e agosto de 1998. O vereador disse que seus advogados já pediram o arquivamento da investigação.

A advogada Carla Domenico disse que os ex-dirigentes da EPTE Eduardo José Bernini e Henrique Fingermann não cometeram irregularidades e foram acusados em razão das funções que tinham. O advogado da Alstom do Brasil Roberto Lopes Telhada afirmou que os executivos da empresa no país não cometeram ilegalidades.

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