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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Novas formas de agressão dos EUA

           



            


As Inovações “revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo iluminam bem a ameaça para a humanidade de um sistema de poder monstruoso

 

Miguel Urbano Rodrigues

Os EUA surgem como pioneiros em duas formas de agressão que o Pentágono define como evolução na arte da guerra: os drones, aviões sem piloto, e os ataques cibernéticos.

Robôs sofisticados, as aeronaves sem piloto estão a ser utilizadas intensamente em bombardeamentos no Afeganistão e no Paquistão e em operações similares no Iêmen e na Somália.

Num brilhante ensaio, o professor português Frederico Carvalho analisa a rápida expansão desses armamentos de tecnologia avançada.

Em 2003, o número de veículos aéreos sem piloto excedia já os sete milhares. Segundo o Pentágono, esses engenhos vieram “revolucionar a arte militar”.

Eles apagaram na guerra a fronteira entre o soldado e o civil. Agora, algures numa pequena cidade dos EUA, um técnico, recebidas as instruções sobre o alvo a atingir, carrega nos botões de uma mesa de comando e depois vai jantar com a família de consciência tranquila. Nem sequer conhece o resultado da operação criminosa.

Mas o ataque pode ser também desfechado de uma base na Etiópia, em Djibuti, nas Seychelles ou na Arábia Saudita. Eventualmente, de um porta-aviões. Os drones disparam mísseis Halfi re ou Scorpion.

Afirmam os generais do Pentágono que os danos colaterais são mínimos. Mentem Dennis Blair, o ex-diretor Nacional da Espionagem, qualifica os Vasps de “arma perigosamente sedutora”, porque “é barata, não faz vítimas americanas e transmite uma imagem de dureza”.

Oficialmente, os alvos visados são grupos de terroristas ou personalidades cujos nomes constam de uma lista submetida à aprovação prévia do presidente Obama.

O balanço dos ataques a aldeias das zonas tribais do Paquistão, planejados e controlados diretamente pela CIA, é pesado.

Nas aldeias bombardeadas por cada “terrorista” abatido são mortos dez camponeses.

De uma só vez, os mísseis de um drone mataram 26 soldados paquistaneses. A indignação naqueles país foi tamanha que o governo de Islamabad proibiu durante meses na fronteira o trânsito de caminhões de abastecimento às tropas americanas e da Otan que ocupam o Afeganistão.

O presidente Obama não somente aprova a utilização massiva dos drones como deu o seu aval a uma alteração dos regulamentos que autoriza o recurso “a força letal” longe de zonas de guerra. Por outras palavras, o assassinato em países estrangeiros de indivíduos considerados “perigosos” para a segurança dos EUA passou a ser legal.

Além dos drones, os EUA contam hoje com um arsenal de robôs de reconhecimento.
 

Revistas especializadas referem a existência de pequenos robôs espiões com a aparência de insetos, que passam despercebidos. Está aliás em estudo a utilização de insetos reais em que seria implantado um chip eletrônico que permitiria comandar a distância o seu voo.

Cibernética a serviço da guerra

OS EUA são também pioneiros na utilização da cibernética como instrumento de espionagem e arma eficaz para a desativação ou destruição de equipamentos e sistemas informatizados.

O subsecretário de Defesa dos EUA, William Lynn, reconheceu numa declaração pública que para o Pentágono o ciberespaço “é um novo teatro de guerra”, como o solo, o mar ou o ar.

Atos de agressão cibernética confirmam essas palavras. Em setembro de 2010 a mídia estadunidense noticiou que o parque de ultracentrifugadoras de Natanz, no Irã, fora alvo de um ataque. Em Washington sabia-se que ali se procedia ao enriquecimento de urânio natural destinado a combustível nuclear para a produção de energia.

Aproximadamente mil centrifugadoras foram então inutilizadas pela operação de pirataria cibernética que utilizou o vírus Stuxnet. Posteriormente, soube-se que esse vírus, ate então desconhecido, resultara de um projeto americano-israelense.

Operações como a citada são planejadas e executadas sob a direção do Ciber Comand, subunidade do Comando Estratégico das Forças Armadas.

É de lamentar que a mídia brasileira, com poucas exceções, preste escassa atenção à importância crescente da guerra robótica e da ciberguerra nas agressões imperiais dos EUA.

Essas inovações “revolucionárias” na estratégia militar do imperialismo iluminam bem a ameaça para a humanidade de um sistema de poder monstruoso que somente encontra precedente no III Reich nazi.

Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português. Escreve mensalmente para o Brasil de Fato.

Fonte: Brasil de Fato

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