Translate

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Bases militares dos EUA na América do Sul

                
imagemCrédito: ODiario.info
Indira Carpio Olivo e Ernesto J. Navarro


A presença militar norte-americana na América Latina está em rápida expansão, com a cumplicidade e o apoio da direita local em governos nacionais ou regionais. O imperialismo, incluindo o serôdio imperialismo inglês, não está disposto a deixar de intervir perante os processos progressistas em curso naquele continente. É urgente intensificar o alerta e a mobilização contra a criminosa ofensiva imperialista global.
“Em 24 de Março de 2012, a página web aporrea.org publicou uma nota de 4 dias antes, de matrizur.org, na qual se afirma que o governador da Província de El Chaco outorgava permissão para a instalação de uma base militar do Comando Sul nesse território argentino (1).
Diz o texto: “O edifício, que será inaugurado este mês, está localizado no prédio do aeroporto de Resistência – capital da Província do norte do Chaco – e encontra-se em sua etapa final de construção, será assim, o primeiro centro de operações na Argentina. Só falta equipá-lo com tecnologia de informática e ceder o lugar para, em seguida, concluir com uma capacitação de pessoal”, disse o comandante estadunidense Edwin Passmore, do Comando Sul, que reuniu-se semanas antes com o governador Jorge Capitanich”.
Dias mais tarde, em 05 de Abril, o Chile de Sebastián Piñera abria as portas a esse mesmo Comando Sul. Um complexo militar, localizado no Forte Aguayo da comunidade de Concón, região de Valparaíso, a uns 130 quilômetros a noroeste da capital Santiago, foi inaugurado com honras.
Frente aos protestos que tal notícia suscitou, quem aparece é o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, afirmando que não é uma base militar operada por seu país, mas sim uma base chilena para treinamento de forças de paz das Nações Unidas (2).
Atualmente o Comando Sul opera bases militares no Paraguai, El Salvador, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Colômbia e Perú.
Em entrevista ao programa de rádio La Brújula del Sur (3), Walter Goobar, escritor editor do semanário dominical Miradas al Sur e colunista do diário Tiempo Argentino, comentou que o Governo dos Estados Unidos já não chama “bases militares” a essas instalações financiadas pelo Comando Sul, agora em seu novo discurso são denominadas: Deslocamento Cooperativo de Segurança, CSL (iniciais em inglês) ou Deslocamento Adiantado Operativo, FOL.
“O Comando Sul, nos explica, está tentando penetrar em diferentes países com programas que não sejam militares (ajudas para catástrofes, emergências, etc) com os quais se pode evitar as autorizações dos congressos, ou das autoridades nacionais”.
Apesar de o Governador da Província de El Chaco, Jorge Capitanich, negar rotundamente que a instalação cedida ao exército dos EUA seja uma base militar Goobar assinala: “Para mim é óbvio que se trata de instalações militares, financiadas pelo Comando Sul. Quem aparece da parte dos EUA, assinando acordos com o governador do Chaco, é o comandante Edwin Passmore um homem conhecido na Venezuela já que foi expulso por realizar atividades de espionagem, é um homem da inteligência estadunidense”.
CONTROLE DA TRÍPLICE FRONTEIRA
O escritor e analista argentino assegura que a província de El Chaco é altamente transcendental por várias razões, “neste caso específico (uma base) se permite ao Comando Sul o controle de uma zona estratégica que é para onde convergem as fronteiras da Argentina, Brasil e Paraguai e por onde corre o famoso Aquífero Guarani”.
Ao perder a iniciativa política na América do Sul, os Estados Unidos têm uma necessidade de controle do tipo territorial. Goobar agrega que “a instalação de bases em El Chaco e no Chile permitirá também recrutar forças locais para tê-las sob suas ordens e em sua folha de pagamento”.
Consultado sobre as razões do governador de El Chaco para outorgar a permissão, Walter Goobar nos disse: “Pessoalmente creio que o governador Capitanich está tratando de conduzir uma espécie de política exterior por conta própria. Está contradizendo os postulados básicos da política exterior de Néstor e Cristina Kirchnner”.
CERCADOS?
Em seus artigos (4) Goobar analisa o deslocamento militar do Comando Sul e considera que “sim, há razões para preocupar-se. Este deslocamento militar anda de mãos dadas ou no mesmo passo que o deslocamento da Grã-Bretanha no Atlântico Sul, nas ilhas Malvinas, com embarcações de tipo nuclear”.
“Parte deste deslocamento tem a ver com o Pentágono prevendo algum tipo de crise nos países da ALBA (5) e também com um eventual ataque por parte de Israel e/ou Estados Unidos contra o Irã e a necessidade de ter sob controlo seu próprio pátio traseiro”.
DESEMBARQUE MILITAR
A base oferecida ao Comando Sul na Argentina pelo governador de El Chaco sob o eufemismo de “base de ajuda a emergências” está localizada no aeroporto principal da região.
A razão? Walter Goobar explica: “Neste momento, a principal arma dos Estados Unidos são 7.500 aviões não tripulados chamados drones, e para operar estes aviões não é necessário o desembarque de fuzileiros, o único deslocamento militar necessário é um joystick (6), 14 telas de computador e um piloto que seja capaz de fazer voar 3 drones ao mesmo tempo”.
Cuide-se.
PASSMORE
O Coronel cumpriu “tarefas humanitárias” na invasão ao Afeganistão comandando suas tropas. Além disso, foi assessor de Inteligência do ministro da Defesa do Kuwait durante a invasão do Iraque.
Desde 2005 serviu como adido militar na embaixada dos Estados Unidos na Venezuela, país do qual foi expulso por atividades de espionagem no ano de 2008.
Em Fevereiro de 2011, Edwin Passmore foi protagonista da introdução das malas diplomáticas “secretas” que continham aparatos para comunicações secretas, codificação e interceptação de comunicações, equipamentos de posicionamento global (GPS), pacotes de software (suporte lógico) e uma grande lista de substâncias narcóticas e psicotrópicas (7).”
OBS: Fontes:
BASES MILITARES DOS EUA NA AMÉRICA DO SUL/Walter Goobar

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário