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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Demóstenes Torres, a "caixa preta" da oposição



Demóstenes é uma caixa preta para a oposição e para a Veja. Somente uma investigação mais apurada poderá extrair outros nomes e malfeitos ainda mais escandalosos
Uma pergunta simples sobre algo que parece não estar levantando qualquer suspeita neste momento: Se Demóstenes pediu desfiliação do DEM, porque o partido não requisitou o mandato, já que a lei eleitoral considera que o mandato é do partido?
Ainda mais um partido em franca decadência e perda de parlamentares e filiados.
Medo de represálias?
Será que Demóstenes Torres, o agora senador sem partido, sem ética e sem destino, teria muito o que dizer sobre os ex-companheiros de sigla?
A cúpula nacional do DEM age na camaradagem com aquele que disse tê-lo traído, parece ato solidário.
Mas solidariedade não parece ser o caso.

Demóstenes é uma caixa preta para a oposição e para a Veja, ainda lacrada.

Seus domínios eram vastos e complexos, com relações bastante ecléticas.

Em novas escutas divulgadas, Demóstenes foi flagrado falando para Carlinhos Cachoeira que tentou convencer o prefeito de Anápolis, interior de Goiás, Antônio Gomide (PT)para favorecer a Delta na construção de um parque municipal:  "Falei para ele que precisava então que desse... é, preferência para vocês (Delta)".

Demóstenes agia como um representante da Delta, uma espécie de sócio fantasma.

Em outra ponta da investigação a Polícia Federal descobriu que o empresário Marcelo Limírio, sócio de Demóstenes Torres e Carlinhos Cachoeira abasteceu com R$ 300 mil o caixa da campanha do governador de Tocantins, José Wilson Siqueira Campos (PSDB).

O Centro-Oeste brasileiro e seus eleitos parecem fugir da imagem de Cachoeira e Demóstenes a qualquer custo neste momento delicado de ambos.

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), também é facilmente encontrado no fluxograma do esquema Cachoeira, segundo matéria publicada no JB, "Limírio fez doações de R$ 2,2 milhões para as campanhas de Demóstenes Torres e do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), cujos laços com Cachoeira foram revelados pela Operação Monte Carlo. Já Rossine ( Rossine Guimarães, sócio de Cachoeira na empresa Ideal Segurança)  fez doações de R$ 3,8 milhões para as campanhas de Perillo e Siqueira Campos".
Apesar de muitos e sérios indícios a executiva do PSDB reuniu quase todos seus governadores para defender-se e dizer que na oposição apenas Demóstenes participou do esquema de corrupção de Carlinhos Cachoeira e que os demais nomes do PSDB, DEM e PPS envolvidos provarão suas inocências.
O governador tucano de Tocantins negou conhecer pessoas que lhe foram tão afáveis e generosas para os cofres de sua campanha: "O relacionamento dessa figura (Cachoeira), que hoje tem projeção nacional, não é comigo nem com os meus partidários, são (sic) com os nossos adversários."

Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, não enxerga qualquer crise no partido ou na oposição, pôs as mãos no fogo por Perillo, a quem elogiou o seu "mérito, integridade e competência" e decretou o fim das suspeitas sobre os seus partidários "entre nós não há o que esclarecer, rigorosamente tudo para nós já está esclarecido".

Simples, não acham?

Não precisa investigar, nem tampouco de instalação de CPI, já se declaram limpos, encerram o assunto e vida que segue.

Mas esquecem que Demóstenes Torres enfrentará um processo na comissão de ética do senado e um possível processo de perda de mandato, logo esta caixa preta em que se transformou o senador eleito pelo DEM de Goiás, ao lado do tucano Marconi Perillo, poderá expor seus ex-correligionários, muito além do que esperam, cobertos hoje por uma "gloriosa sensação dos justos e éticos" que eles mesmos mandaram confeccionar para esconder seus malfeitos mais escandalosos...
 
Fonte: Palavras Diversas

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